terça-feira, 14 de junho de 2011

“História viva do Acre”, Antônio Zaine completa 84 anos

Paulista de Corumbataí interior de São Paulo, cresceu na capital paulista onde fazia bico para ajudar a família que passava dificuldades, “descia a Brigadeiro Luiz Antônio” como ele sempre relata lembrando à época da juventude quando fazia entrega de bicicleta, ou vendendo doces na entrada do cinema.
 Um dia, a convite de um primo que morava no Acre para vim caçar e pescar em Xapuri aceitou o convite e embarcou para a princesinha do Acre chegando 1954 de onde nunca mais foi embora.
 O primo Jorge Kalume começava a carreira política, Antônio Assad Zaine entrou na sociedade familiar que perdura até hoje a Abib Kalume e cia Ltda, uma das maiores casas aviadoras da época que assim como A Limitada possuía seringais e embarcações que traziam produtos de Belém  do Pará e levavam borracha  e castanha do Acre. Antônio casou-se com a professora Déa Fonseca, e tiveram dois filhos, César  e Terezinha e uma reca de netos Haroldo, Elias, César, Gabriel, Matheus, Aron e um bisneto Nader.
Prezado como é conhecido carinhosamente encantou-se com a história do Acre e um dia ao ver uma pessoa cortando um certo objeto com um facão com uma águia na cabeça num certo café se não me engano hoje onde fica a loja Magazine do Povo, propôs uma troca comprou um novo e ficou com o facão velho com intuito de colecionar e assim começou a colecionar objetos que hora ou outra eram encontrados nos seringais dentro da mata ou que afloravam nas margens dos rios Acre e Xapuri de embarcações que naufragaram trocando os objetos em produtos com os seringueiros.
E assim foi se criando um acervo de objetos no passar dos anos: armas históricas, facões, espadas, relógios de bolsos de ouro (esses guardados a sete chaves), baús, moedas, um acervo incalculável de fotos herdadas do sogro que era fotografo Eurico Fonseca, garrafas de bebidas, móveis, uma centena de objetos curiosos e um diário que ele escreve todos os dias com centenas de assinaturas de todas as pessoas que ali visitaram.
 Muitos desses materiais que na época para muitos era loucura em está adquirindo coisa velha, hoje muitos desses materiais tiveram sua procedência comprovada e foram adquiridos pelo Governo do Estado para fazerem parte de museus em Rio Branco e Xapuri. A própria A Limitada antes de ser tombada como patrimônio do Estado era de sua propriedade.
Antônio Assad Zaine completou nesta terça-feira dia 14 de junho 84 anos de vida já com uma certa debilitação na audição desde novo e agora na vista mesmo assim contraria os cuidados médicos e mantem-se a conservar do seu jeito esse acervo que ainda resta e tem a maior alegria do mundo em receber visitas diariamente na antiga Casa Kalume Hoje mais museu do que comercio, e ao lado da sua casa onde tem mais objetos a ser visitados. Seu maior sonho era ver todo esse material exposto em um lugar onde pudesse ser conservado, longe de poeira, goteiras e cupins.
OBS: Poderia continuar escrevendo anos aqui contando mais sobre sua vida e suas histórias o Prezado ele é a História em pessoa, escrevi esse texto sem dirigir uma única palavra a ele. Cresci ouvindo e vendo sua vida, ajudando na loja, hora brincando em cima das peles de borracha no armazém, hora pesando castanha, fazendo entrega de compras dos clientes de bicicleta nas ruas, às vezes brincando com as armas antigas da revolução (escondido) e ajudando a conservar.

Parabéns meu avô por mais este ano de vida que Deus continue iluminando seu caminho lhe dando muita saúde e alegria que é uma das coisas que o senhor mais tem a oferecer as pessoas que lhe visitam.

Visite o museu do prezado e conheça um pouco da história contada do Acre.

Um comentário:

  1. Nossa! Que legal! Veja só aonde está este corumbataiense! Corumbataí continua pequena e acolhedora! Abraço

    ResponderExcluir